Este é meu primeiro artigo, nunca havia pensado em fazer um, mas sempre existe uma primeira vez.
Trabalhei durante 29 anos na área de Desenvolvimento de Sistemas, e vivenciei muitas coisas, seja como técnico analista/desenvolvedor ou como gestor.
Resolvi escrever este artigo para que outras pessoas, assim como eu, tenham uma visão diferente daquilo que estamos acostumados a vivenciar durante anos, no meio corporativo na área de TI, a troca de recursos mais velhos por jovens, que trazem novas tecnologias e metodologias de trabalho.
O motivo
Por que acontece isso? Os mais velhos não se atualizam com as novas tecnologias? Não acompanham o mercado de trabalho?
Pode ser que sim, mas não é a regra geral, então qual o motivo?
No meu modo ver, por causa da cultura empresarial, onde o mais velho é considerado “sem energia” e “sem força” de aprendizado, em comparação com os mais jovens. Simplesmente por causa da idade, e nada mais além disso. A idade é uma das primeiras coisas que é analisada em um currículo.
Pensamento do século passado !!
Outro ponto é o financeiro, um recurso sênior normalmente tem um salário maior que um jovem, muitas vezes devido ao tempo de casa, e no caso de dificuldades financeiras as empresas preferem trocar um salário maior por um menor, sem levar muito em conta o conhecimento destes recursos, e os mais velhos são os penalizados.
A mudança
Com o envelhecimento da população mundial e brasileira, não faz mais sentido este tipo de pensamento e atitude. Daqui a alguns anos, no Brasil, teremos mais idosos do que jovens, a população está envelhecendo.
De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), estima-se que 57% dos brasileiros ativos terão 45 anos ou mais em 2040.
Nos últimos anos venho acompanhando o mercado de trabalho e este cenário empresarial finalmente está mudando, as empresas estão entendendo que a “mistura” intergeracional só tem a agregar nas suas equipes, a experiência dos mais velhos (soft skills) e os conhecimentos dos mais jovens (hard skills), tornam equipes mais produtivas e motivadas, apresentando resultados excelentes.
O sucesso deste convívio de gerações diferentes está sendo comprovado em empresas que apostam neste modelo de trabalho. Existe mercado para todas as idades e as empresas que não se adaptarem a este cenário, com certeza ficarão para trás.
Na atualidade
Empresas estão mudando seus modelos de RH, para que isso se torne realidade e comece a fazer parte do mercado de trabalho. Algumas empresas e start-ups já estão adotando este modelo.
Existem também alguns projetos de lei para que empresas tenham em seus quadros, um determinado número de seniores, como no caso de PCDs, por exemplo.
Existem empresas e start-ups de RH, que trabalham este meio de campo, entre os seniores 50+ e as empresas parceiras que procuram por estes recursos. Estas empresas oferecem cursos e treinamentos para facilitar a contratação por estes parceiros. Entre elas posso citar a Labora e a Maturi, que fazem um trabalho excelente com estes seniores.
Meu sentimento
Uma coisa tenho certeza, tenho energia e disposição de sobra, assim como todos os outros seniores 50+, seja para atuar em cargos onde já possuo conhecimento, ou em cargos novos, que estou procurando aprendizado para tentar uma transição de carreira.
Sim, transição de carreira após os 50 anos, por que não? Não será a primeira e talvez também não seja a última.
Nunca é tarde para recomeçar (parece até letra de música) e aprender. Todo conhecimento é sempre bem-vindo.
Agradecimentos
Agradeço a DIO – Digital Innovation One pelos ensinamentos que venho recebendo e principalmente ao Felipe Aguiar, grande profissional e incentivador motivacional.
Se você se identificou com este artigo e tem algo a comentar ou acrescentar, seja positivamente ou negativamente, envie seu comentário, todo feedback será bem-vindo.
José Salomoni
23/03/2021 16:11